terça-feira, 28 de setembro de 2010

Dia 28/9

A sessão de trabalho de hoje ainda está sendo desenvolvida.
No último encontro, além de já termos preparado o rascunho da primeira parte do trabalho,
acredito que conseguimos desenvolver a ideia de chance, oportunidade, que é o segundo ítem 
das fases propostas anteriormente. 
Hoje, pela lógica, partiremos para a terceira fase. 

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Como vai ser?

Pretendo iniciar como sempre: alongamento e aquecimento.
O João tá com a voz meio baleada, mas vou tentar fazer um aquecimento vocal com ele.
Partiremos direto para a criação do processo de 6 minutos e 45 segundos.
Já separei duas canções que vou utilizar para a cena.
Coincidência ou não, as duas, reunidas, deram exatamente o tempo estipulado.
Tenho que fechar isso amanhã de qualquer jeito.
Foi um pedido do João e quero cumprir.

Zé Geraldo

Interrupção para criar algo que pode ser interessante para o trabalho.

Amanhã (quinta, 23/9), daremos uma parada no processo de criação para podermos nos dedicar à construção de um material novo. Ainda não podemos tecer comentários maiores, pois ainda há uma nebulosa sobre esse fato, que tentaremos desvendar por intermédio desse pequeno estudo que faremos.
Diremos mais a respeito em breve.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dia de hoje (21/9)

Ponto 1:
Alongamento. 

Ponto 2:
Aquecimento. 

Ponto 3 (rascunho de cenas definido): Cena I: Animalidade. Cena II: Nascimento. Cena III: Na selva das cidades, Clarice e outros. 

Ponto 4: Sobre a deculpagem dos textos para ressaltar as ações físicas. 

Ponto 5: Característica do trabalho: qualidade das palavras e o movimento como acréscimo das mesmas. 


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Texto para memorizar. Material retirado da peça "Na selva das cidades", de Brecht.

(Esse texto vai ser memorizado durante o encontro de amanhã - 21/9)
Não me olhe assim. Isso talvez seja a oportunidade da minha vida. Você pode pagar a minha bebida? É claro que não é por causa da bebida. É o seguinte: todo dia de manhã eu me olho no espelho. Já faz dois anos que eu trabalho todos os dias sem parar. E quando eu estou cheio, eu sinto necessidade de beber; e aí eu me lembro de você. Eu não agüento mais isso. E as noites?! É injusto que você me olhe assim. Você ainda me entende. Que tal se a gente for embora daqui? Nós dois, juntos. Para algum outro lugar. Para onde você quiser. Olha; eu posso tudo. Eu posso ganhar dinheiro, se é isso que você quer. Eu sinto alguma coisa por você. Não tenho palavras pra dizer. Mas a gente pode se dar bem de novo. Eu ouço muito bem tudo o que você diz. (Pausa) Você quer ter a fineza de mandar embora os seus amigos?!
Eu sou um animal! Talvez eu possa ser salvo. Vocês são loucos, selvagens, avarentos! Não compreendo as leis, não tenho moral, sou um bruto! Olha aqui as minhas botas. As babas pingam do canto da minha boca. Eu quero a minha liberdade. Quero mesmo. 

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Busca da emoção

Todos esses momentos anteriores (trabalhos de corpo) serão de grande importância. Através deles, o João vai se aproximar da emoção necessária para construção do personagem.
Em meio a esse monte de informações que vão surgindo, tenho percebido o seguinte:
pelos primeiros trabalhos de corpo desenvolvidos, vi que o João tem uma emoção encoberta que em algum momento irá transparecer. Preciso dela para me aproximar de quem quero construir. A gente, aliás, tem falado muito nisso como uma característica que já se tornou comum no indivíduo. Os textos que o João postou e o que eu postei dizem um pouco sobre isso, ou seja, estamos buscando comprovações sobre o que temos pensado; ao mesmo tempo que interagimos com isso quando lançamos mão da prática, do processo criativo.

Percepções de hoje:

Percebi que nessa fase de trabalho corporal, dividiremos as sessões em cinco momentos:
1 - entorpecimento / percepção do eu;
2 - oportunidade / chance;
3 - memória / o passado que volta / resgate;
4 - de volta ao presente / libertação;
5 - o que está por vir / certeza.

O movimento "Primitivos modernos" ...

envolve um tipo estranho de justaposição de alta tecnologia e tribalismo, animismo e intervenção no corpo. Em livros como Count Zero, de William Gibson, inteligências artificiais ultra-complexas tomam a personalidade dos deuses do voudu haitiano e capturam a mente dos iniciados através de redes mentais criando uma tecnoreligião. Com o advento da modernidade, estabeleceu-se uma visão de que o futuro poderia ser radicalmente diferente que o presente. Certamente, nas artes, a modernidade foi associada com Futurismo, envolvendo uma tendência para a ação, velocidade, poder, abstração e mudança, bem como outros movimentos de vanguarda. A modernidade significou basicamente experimentação para muitas pessoas; uma recusa a ser constrangido pelas convenções do passado e uma demanda por chocar a moral e a tradição da burguesia. A mente inconsciente estava aberta à investigação e à criação.
No tempo atual, pós-moderno, segundo alguns, há uma espécie de outras inteligências artificiais mais do que ultra-complexas dispostas a tomar a personalidade dos homens e, capturando-as, criar uma espécie de monoideia, uma ideia de monoexecução das coisas.
Alguns primitivos modernos são conhecidos pelo uso da distorção do corpo, modificações e perfurações. Entre os antigos primatas, pode-se encontrar práticas como enfaixamento dos pés, alongamento do pescoço, incisões através de rituais. Aliás, nos dias atuais, a manipulação do corpo tornou-se prática comum através das cirurgias plásticas.
Uma característica interessante do movimento é a sua busca por sensações. O que eles sugerem é que um dos efeitos da modernização e da industrialização tem sido o entorpecimento psíquico. Para eles, as pessoas raramente conhecem o autêntico prazer ou a dor autêntica.
Os primitivos modernos vêm na performance uma busca pela transcendência, querendo provar a capacidade da mente ir além do que é estabelecido e das limitações corporais.

É sempre bom lembrar um copo vazio está cheio de ar...

Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos é familiar já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio. (...)
Otto Lara Resende 


Postei esse trecho pois acho que tem tudo a ver com a ultima postagem...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Homem-bicho / Homem livre A cidade concreta e a cidade que sonha (Pesquisa inicial sobre construção do novo trabalho)

            A ação nas cidades propõe uma reflexão sobre conceitos equivocados de realidade. Esses conceitos são reproduzidos pelos indivíduos devido à influência do meio: “formas inventadas pelo homem para representar, simular e criar a chamada realidade”.
Esse equívoco desenha-se no decorrer da história sob a influência demasiada dos canais de comunicação que deturpam o verdadeiro sentido das emoções que permeiam o homem. Ao padronizar comportamentos, esses canais estariam rejeitando as particularidades comportamentais de cada um.
Ao valorizar essas particularidades emotivas do homem em meio à concretude das cidades, se estará reproduzindo um ambiente em que o imaginário passe a ter uma função mais taxativa dentro da realidade de quem vive. Essa ação de quase fundir real e imaginário gera identificação e convencimento. O indivíduo sensibiliza-se com o que vê e ouve, não somente por que a música e as imagens utilizadas na intervenção possuem o poder de persuadir, mas, também, porque tem diante de si um legitimador do ato: o ator performático. Seu envolvimento em todo o universo proposto fará desse espectador um ator social em potencial, que exercitará o ato de teatralizar sua realidade.
O jogo entre o real e o imaginário tem seu propósito estabelecido quando da aplicação desse ato de duplicar-se por parte do próprio ator que executará a performance. Pessoa e personagem se estabelecem na trama com o propósito de fazer uma ponte entre o sonho, a fantasia e a realidade. De início, o ator simula uma dificuldade em transpor o obstáculo da realidade para, num segundo momento, entregar-se ao nível do imaginário e perceber a cidade como um ambiente mais profundo e possível de se sonhar.
Nessa perspectiva, o próprio homem se desconstrói para reconstruir-se. As imagens apresentadas buscam relatar, num primeiro momento, o homem-bicho; aquele que tem seu pensamento cristalizado e suas ações repetidas, convencionalizadas. Daí, o salto para o homem que se liberta em meio ao caos urbano. A cidade, assumindo o espaço do sonho, que se dilui em meio à sua concretude, faz surgir um indivíduo livre, um bicho não domesticado, mas sensibilizado, transformado.
O ator, em sua personagem, deixa para trás os movimentos primitivos e agora apresenta, de forma clássica, uma outra relação social, mais equilibrada. Sua respiração é outra, seu olhar idem. A canção quebra; sai do tom radical e passa a colaborar, com seus acordes, nos movimentos leves que agora se destacam.
Zé Geraldo 


É no dia-a-dia, nas coisas mais simples que estão contidos os maiores milagres. Sobre essas coisas que passam a todo momento na nossa frente e que nem nos damos conta, é que o ator faz o seu trabalho social, levando para o espectador uma reflexão do seu próprio cotidiano. Fazendo com que este se torne poético e passível de uma admiração como se fosse uma obra de arte.
João Mandarino 


João Mandarino


Depois adicionarei outras fotos já referentes ao novo trabalho. Abraços!

domingo, 12 de setembro de 2010

Falando do ator. Falar do João Mandarino.

Ele ficou com a responsabilidade de levar adiante essa proposta ainda um pouco obscura. Mas ele está muito disposto a criar caminhos para poder ver melhor e avançar.
O cara tem 21 anos, estuda na CAL (está se formando agora no final do ano) e tem uma vitalidade corporal sem igual.
Um dos pontos legais no João, é que ele cuida da saúde, se alimenta de maneira inteligente, faz balé...
Acho legal salientar essas características porque, ao procurar um ator para fazer parte desse projeto, busquei trazer uma pessoa que fosse, para mim, um exemplo a ser seguido; considerando que é possível ser tudo isso e ao mesmo tempo ser feliz.
E o João está querendo ser feliz. Isso fica claro na cara dele quando as sessões de trabalho começam. Ele executa as ações corporais com vontade, como se estivesse querendo mostrar para todos, querendo dizer que está a fim de ser o melhor, de aparecer (que sempre será uma característica do bom artista), com humildade, é claro.
Por isso, está sendo muito legal trabalhar com ele e quero registrar isso aqui.
Tomara que ele continue buscando entender os meus devaneio, porque nem tudo conseguirei explanar em palavras; e olha que eu gosto de falar (ele já deve ter percebido isso).
Hoje, depois de nossa conversa pelo telefone, pude perceber que uma grande ficha caiu dentro da sua mente. Nosso próximo encontro luminoso, na terça (14), vai ser bastante produtivo.
Vamos lá, João!
E que, como você mesmo falou, Deus nos ajude!
Zé Geraldo

sábado, 11 de setembro de 2010

Início

Estamos dando início as postagens no blog sobre o nosso processo de criação.
Postaremos textos, fotos, videos e relatos de experiências ao longo do nosso
trabalho. Qualquer tipo de crítica será bem vinda e seja o que Deus quiser.
Abraços!