Últimas impressões sobre os ensaios

Acabamos de mergulhar no universo do formato definitivo do trabalho.

Já conseguimos alinhavar a primeira cena e pretendemos agora dar continuidade às seguintes.

Ainda temos dois encontros em dezembro (21 e 23), que serão imprescindíveis para, pelo improviso,

delimitarmos a temática que será abordada nesses novos momentos.

Percebo que caímos dentro de um espaço novo, um pouco diferente daquele primeiro em que podíamos nos ater mais à construção de momentos em que o imaginário tomava mais conta dos encontros.

No ensaio de ontem (14), discutimos muito sobre as personagens e o João teceu considerações importantes sobre o encaminhamento do processo; considerações que foram absolvidas pela Carol e que, com certeza, servirão como material para construção do texto. 

Como ainda não estamos totalmente ligados à realidade das personagens, ou seja, elas estão sendo gestadas exatamente em meio a toda essa discussão, ainda é comum surgirem dúvidas e até alguns pequenos ruídos de opiniões que divergem em meio a conversa. Mas isso comprova o amadurecimento de nossas relações e o quanto estamos empenhados e desejosos de que tudo dê certo. 

Meu sentimento é de um profundo envolvimento com tudo isso e aproveito a aproximação de um momento tão especial na vida de todos nós para agradecer especialmente ao João por estar comigo nessa empreitada acreditando que poderemos ser muito felizes com essa realização profissional. Quanto ao futuro que teremos pela frente, não posso deixar de dizer que ele dependerá diretamente do nosso empenho e envolvimento. 

Que o nosso encontro continue sendo iluminado por Deus e que, ao adentrar o ambiente de trabalho, possamos compartilhar momentos mágicos de pura magia teatral. Quanto à vida fora desse ambiente, que ela frutifique, e que as experiências vividas por intermédio desse trabalho possam gerar em nós atitudes positivas que devem ser uma constante na vida do artista. 

Acredito que só postarei novas considerações no próximo ano que está perto de começar. Desejo a todos os loucos pela arte que passem por aqui ótimas festas de final de ano e esperarei cada um na plateia de algum teatro para nos assistir. Que assim seja!

Abraços carinhosos.

José Geraldo Demezio

Minha entrada no processo

Como é que é esse processo criativo!
Eis que me vejo na cena junto com o João.

Dramaturgia de peso

Junto comigo na dramaturgia, agora está a Carol, que faz mestrado em Literatura Brasileira na UFF.
Foi necessário colocá-la para que minha dedicação à direção e produção do trabalho torne-se mais efetiva.
O texto está começando a fluir a partir do processo criativo e posso dizer que está ficando muito interessante.
O projeto já está sendo inserido em alguns editais e leis e está disponível para venda direta.
Em breve, estarei postando detalhes dele por aqui, para que as pessoas interessadas possam ter acesso ao mesmo.
Abraços.
José Geraldo Demezio

Uma experiência pública

Fim à fase de experimentação

Atendendo ao cronograma, finalizamos na semana passada a parte de estudos e experimentações para criação definitiva do espetáculo.
Agora, já começamos a tecer as primeiras cenas.
Paralelo a esse movimento, me reuni, na última sexta (19) com a equipe de produção e já estamos articulando o formato definitivo do projeto, para que o mesmo possa ser inserido em leis e editais.
Em breve, estarei postando aqui, também, uma cópia do mesmo para que todos possam ter acesso e, quem sabe, colaborar com a vida útil desse projeto que é tão bonito.
José Geraldo Demezio

Gravação de programa

Nessa segunda, dia 22/11, estaremos participando da gravação do programa do Movimento Arte Jovem Brasileira referente ao evento do dia 6 de dezembro.
Em breve, postaremos aqui o vídeo com a programação do evento.

Vídeo experimental Bicho Homem - Fórum Internacional Rio Cidade Criativa - Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - Outubro/2010

Fotos da primeira experiência prática no Fórum Internacional Rio Cidade Criativa, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

Imperdível! O espetáculo de formatura do João Mandarino.

O João se formou! Cara; que notícia boa. Todos nós almejamos uma conquista e essa foi a que ele traçou durante esses últimos anos. Fui assistir a estreia do trabalho e fiquei super contente com tudo que vi. Agora o cara é ator profissional e uma nova fase se abre na sua vida. Penso que a partir de agora o nosso projeto assume um sentido muito mais profundo. Passamos agora para uma fase de responsabilidades efetivas. É o nexo do projeto Encontro Luminoso: dar sentido à profissão do João; revelar esse talento. Tenho convivido muito com ele nesses últimos meses; vivi a semana final para a estreia. Tivemos que cancelar nossos ensaios e tudo, para que o João pudesse vivenciar esse momento de forma singular. Puxa, tô muito contente e me sentindo um pouco cúmplice disso tudo que tá acontecendo com ele. Quero muito que Deus ilumine o caminho desse cara e que ele continue sendo persistente e disciplinado como sempre demonstrou ser. Sucesso, rapaz!!!!

Alguns dias depois...

Desde que passamos pelo MAM não postamos mais nada de nossas experimentações.
A primeira satisfação a dar é a de que continuamos com o processo; apenas não tivemos tempo
de lançar algumas considerações sobre o que vem sendo feito.
O João tá se formando na próxima semana e ensaiando intensamente.
Aliás, estou postando uma divulgação do espetáculo dele que vai estar em cartaz no Teatro da Hebraica, em Laranjeiras.
Quanto ao nosso trabalho, percebemos a possibilidade de seguir dois caminhos, ou melhor, de com o mesmo material recorrer a montagem de dois trabalhos; um, o já conhecido Bicho Homem, e o outro, o que estamos chamando de Menino Deus.
Nos dois trabalhos, a temática do relacionamento do homem com o seu meio se intensifica e é o mote principal condutor de todas as questões.
Decidimos, após uma análise feita na semana passada, que o segundo projeto, o Menino Deus, ficará mais para frente. No momento, nossos olhos estarão concentrados unicamente na construção do Bicho Homem, que terá duração de uma hora e dez minutos.
Daqui a duas semanas, estarei apresentando à produção o material teórico e creio que já estarei com o roteiro todo pronto; ou boa parte.
Ao conteúdo que foi apresentado no MAM, vou acrescentar uma parte anterior e outra posterior. Ele servirá como condutor da construção dessas outras partes. São 7 minutos de cena prontos. Cada um minuto dos 7 se transformará em 10 minutos. Assim, conseguiremos chegar aos 70 minutos.
Agora em novembro ainda, estaremos apresentando esses 7 minutos numa edição do Movimento Arte Jovem Brasileira, em Niterói.
Aguardem novas informações.
Abraços.
Zé.

Dando continuidade ao trabalho.

Hoje, 19/10, voltamos aos trabalhos após uma semaninha de descanso.
O João esteve envolvido no ensaio de um outro trabalho e precisamos dar uma pausa para que ele pudesse se preparar e estrear.
Retornamos, revigorando-o corporalmente para essa nova fase.
Partimos para o ponto 3, de cinco pontos: o resgate.
João levou fotos pessoais, e cartas, e, finalmente, conseguimos desenvolver um ambiente em que a emoção despontou com vigor.
Daí, partimos para a leitura da primeira parte do roteiro da peça.
Não posso adiantar nada a respeito ainda.
Iremos, com o apoio da UFRJ, visitar o Instituto de Psiquiatria dessa universidade, para o João perceber o comportamento dos pacientes internados.
Já temos uma agenda marcada para o final do mês de novembro, em que reapresentaremos o Bicho Homem.
Vamos marcar, em breve, um processo de trabalho a ser apresentado para o público no próprio Tribo Urbana.
Vida que segue.
Zé.

Considerações finais a respeito dessa primeira fase (um mês de incubadora)

Considero que nossa apresentação no Fórum Internacional representou a finalização da primeira fase desse projeto.
Partirei agora para a segunda fase, em que trabalharemos o roteiro em si.
Toda a primeira fase serviu para o João construir possíveis caminhos para o seu personagem, além de poder sentir melhor a atmosfera do trabalho a partir de todas as vivências corporais que consegui estimular desde o primeiro dia.
A segunda fase começará com a terceira etapa, de cinco, que propus há um tempo atrás; o resgate.
Ainda cairei em cima da personagem, pois acho interessante dar uma aprofundada maior na questão da emoção.
O João conseguiu desenvolver um caminho corporal bem legal e já está na hora de condimentar isso com uma pitada de emoção.
Vou entrar com uma outra bibliografia que irá, possivelmente, dar todo o norte do trabalho. Falo do livro Cartas  a um jovem poeta, do Rainer Maria Rilke. Vida que segue.
Zé.

Fomos divulgados no site oficial do Pecha-Kucha!

Estivemos hoje, dia 08/10, no Fórum Internacional Rio Cidade Criativa, no evento

Pecha-Kucha Carioca Criativo. 

Lá, tivemos a oportunidade de apresentar um primeiro resultado do nosso trabalho.

O ambiente estava ótimo: pessoas agradáveis, apresentações interessantes...enfim.

E nós?

Puxa; nem sei o que dizer; apenas que deu tudo certo. 

Saímos no site abaixo, sobre o Pecha-Kucha no mundo. Olha só que legal!

http://www.pecha-kucha.org/events/cariokapkn

(Em breve, estaremos colocando fotos do evento)

Ah; antes que eu me esqueça:

João; parabéns!
Márcio, vamos continuar com a ideia das imagens.
Rafaela, obrigado por sua contribuição na preparação corporal.

Zé.

O encontro continua.

Bem; estamos terminando uma fase que foi muito importante e hoje conversamos sobre isso.
Teremos o prazer de na sexta, dia 08/10, apresentar esse primeiro resultado no Fórum Internacional Rio Cidade Criativa, que vai acontecer no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
A partir da próxima sessão de trabalho, já estarei apresentando um primeiro escopo de roteiro a ser desenvolvido pelo João.
Ele já está bem preparado corporalmente e agora iremos pensar definitivamente na personagem para nos lançarmos no jogo da emoção (um dado que ainda precisa ser mais lapidado).
Vou precisar do cara por completo. O processo não vai ser fácil, mas ele está bem disponível pra isso.
Em breve, estaremos marcando uma pequena sessão em Niterói.
Avisaremos.

O que dizer?

Continuamos num processo aprofundado de pesquisa. Nessa última semana, conseguimos preparar 7 minutos de cena. Esse material vai ser apresentado em breve, quando já teremos, por aí, uns 15 a 20 minutos. Precisamos ouvir opiniões.

Dia 28/9

A sessão de trabalho de hoje ainda está sendo desenvolvida.

No último encontro, além de já termos preparado o rascunho da primeira parte do trabalho,

acredito que conseguimos desenvolver a ideia de chance, oportunidade, que é o segundo ítem 

das fases propostas anteriormente. 

Hoje, pela lógica, partiremos para a terceira fase. 

Como vai ser?

Pretendo iniciar como sempre: alongamento e aquecimento.
O João tá com a voz meio baleada, mas vou tentar fazer um aquecimento vocal com ele.
Partiremos direto para a criação do processo de 6 minutos e 45 segundos.
Já separei duas canções que vou utilizar para a cena.
Coincidência ou não, as duas, reunidas, deram exatamente o tempo estipulado.
Tenho que fechar isso amanhã de qualquer jeito.
Foi um pedido do João e quero cumprir.

Zé Geraldo

Interrupção para criar algo que pode ser interessante para o trabalho.

Amanhã (quinta, 23/9), daremos uma parada no processo de criação para podermos nos dedicar à construção de um material novo. Ainda não podemos tecer comentários maiores, pois ainda há uma nebulosa sobre esse fato, que tentaremos desvendar por intermédio desse pequeno estudo que faremos.
Diremos mais a respeito em breve.

Dia de hoje (21/9)

Ponto 1:

Alongamento. 

Ponto 2:

Aquecimento. 

Ponto 3 (rascunho de cenas definido): Cena I: Animalidade. Cena II: Nascimento. Cena III: Na selva das cidades, Clarice e outros. 

Ponto 4: Sobre a deculpagem dos textos para ressaltar as ações físicas. 

Ponto 5: Característica do trabalho: qualidade das palavras e o movimento como acréscimo das mesmas. 

Texto para memorizar. Material retirado da peça "Na selva das cidades", de Brecht.

(Esse texto vai ser memorizado durante o encontro de amanhã - 21/9)
Não me olhe assim. Isso talvez seja a oportunidade da minha vida. Você pode pagar a minha bebida? É claro que não é por causa da bebida. É o seguinte: todo dia de manhã eu me olho no espelho. Já faz dois anos que eu trabalho todos os dias sem parar. E quando eu estou cheio, eu sinto necessidade de beber; e aí eu me lembro de você. Eu não agüento mais isso. E as noites?! É injusto que você me olhe assim. Você ainda me entende. Que tal se a gente for embora daqui? Nós dois, juntos. Para algum outro lugar. Para onde você quiser. Olha; eu posso tudo. Eu posso ganhar dinheiro, se é isso que você quer. Eu sinto alguma coisa por você. Não tenho palavras pra dizer. Mas a gente pode se dar bem de novo. Eu ouço muito bem tudo o que você diz. (Pausa) Você quer ter a fineza de mandar embora os seus amigos?!

Eu sou um animal! Talvez eu possa ser salvo. Vocês são loucos, selvagens, avarentos! Não compreendo as leis, não tenho moral, sou um bruto! Olha aqui as minhas botas. As babas pingam do canto da minha boca. Eu quero a minha liberdade. Quero mesmo. 

Busca da emoção

Todos esses momentos anteriores (trabalhos de corpo) serão de grande importância. Através deles, o João vai se aproximar da emoção necessária para construção do personagem.
Em meio a esse monte de informações que vão surgindo, tenho percebido o seguinte:
pelos primeiros trabalhos de corpo desenvolvidos, vi que o João tem uma emoção encoberta que em algum momento irá transparecer. Preciso dela para me aproximar de quem quero construir. A gente, aliás, tem falado muito nisso como uma característica que já se tornou comum no indivíduo. Os textos que o João postou e o que eu postei dizem um pouco sobre isso, ou seja, estamos buscando comprovações sobre o que temos pensado; ao mesmo tempo que interagimos com isso quando lançamos mão da prática, do processo criativo.

Percepções de hoje:

Percebi que nessa fase de trabalho corporal, dividiremos as sessões em cinco momentos:
1 - entorpecimento / percepção do eu;
2 - oportunidade / chance;
3 - memória / o passado que volta / resgate;
4 - de volta ao presente / libertação;
5 - o que está por vir / certeza.

O movimento "Primitivos modernos" ...

envolve um tipo estranho de justaposição de alta tecnologia e tribalismo, animismo e intervenção no corpo. Em livros como Count Zero, de William Gibson, inteligências artificiais ultra-complexas tomam a personalidade dos deuses do voudu haitiano e capturam a mente dos iniciados através de redes mentais criando uma tecnoreligião. Com o advento da modernidade, estabeleceu-se uma visão de que o futuro poderia ser radicalmente diferente que o presente. Certamente, nas artes, a modernidade foi associada com Futurismo, envolvendo uma tendência para a ação, velocidade, poder, abstração e mudança, bem como outros movimentos de vanguarda. A modernidade significou basicamente experimentação para muitas pessoas; uma recusa a ser constrangido pelas convenções do passado e uma demanda por chocar a moral e a tradição da burguesia. A mente inconsciente estava aberta à investigação e à criação.
No tempo atual, pós-moderno, segundo alguns, há uma espécie de outras inteligências artificiais mais do que ultra-complexas dispostas a tomar a personalidade dos homens e, capturando-as, criar uma espécie de monoideia, uma ideia de monoexecução das coisas.
Alguns primitivos modernos são conhecidos pelo uso da distorção do corpo, modificações e perfurações. Entre os antigos primatas, pode-se encontrar práticas como enfaixamento dos pés, alongamento do pescoço, incisões através de rituais. Aliás, nos dias atuais, a manipulação do corpo tornou-se prática comum através das cirurgias plásticas.
Uma característica interessante do movimento é a sua busca por sensações. O que eles sugerem é que um dos efeitos da modernização e da industrialização tem sido o entorpecimento psíquico. Para eles, as pessoas raramente conhecem o autêntico prazer ou a dor autêntica.
Os primitivos modernos vêm na performance uma busca pela transcendência, querendo provar a capacidade da mente ir além do que é estabelecido e das limitações corporais.

É sempre bom lembrar um copo vazio está cheio de ar...

Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos é familiar já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio. (...)

Otto Lara Resende 

Postei esse trecho pois acho que tem tudo a ver com a ultima postagem...

Homem-bicho / Homem livre A cidade concreta e a cidade que sonha (Pesquisa inicial sobre construção do novo trabalho)

            A ação nas cidades propõe uma reflexão sobre conceitos equivocados de realidade. Esses conceitos são reproduzidos pelos indivíduos devido à influência do meio: “formas inventadas pelo homem para representar, simular e criar a chamada realidade”.

Esse equívoco desenha-se no decorrer da história sob a influência demasiada dos canais de comunicação que deturpam o verdadeiro sentido das emoções que permeiam o homem. Ao padronizar comportamentos, esses canais estariam rejeitando as particularidades comportamentais de cada um.

Ao valorizar essas particularidades emotivas do homem em meio à concretude das cidades, se estará reproduzindo um ambiente em que o imaginário passe a ter uma função mais taxativa dentro da realidade de quem vive. Essa ação de quase fundir real e imaginário gera identificação e convencimento. O indivíduo sensibiliza-se com o que vê e ouve, não somente por que a música e as imagens utilizadas na intervenção possuem o poder de persuadir, mas, também, porque tem diante de si um legitimador do ato: o ator performático. Seu envolvimento em todo o universo proposto fará desse espectador um ator social em potencial, que exercitará o ato de teatralizar sua realidade.

O jogo entre o real e o imaginário tem seu propósito estabelecido quando da aplicação desse ato de duplicar-se por parte do próprio ator que executará a performance. Pessoa e personagem se estabelecem na trama com o propósito de fazer uma ponte entre o sonho, a fantasia e a realidade. De início, o ator simula uma dificuldade em transpor o obstáculo da realidade para, num segundo momento, entregar-se ao nível do imaginário e perceber a cidade como um ambiente mais profundo e possível de se sonhar.

Nessa perspectiva, o próprio homem se desconstrói para reconstruir-se. As imagens apresentadas buscam relatar, num primeiro momento, o homem-bicho; aquele que tem seu pensamento cristalizado e suas ações repetidas, convencionalizadas. Daí, o salto para o homem que se liberta em meio ao caos urbano. A cidade, assumindo o espaço do sonho, que se dilui em meio à sua concretude, faz surgir um indivíduo livre, um bicho não domesticado, mas sensibilizado, transformado.

O ator, em sua personagem, deixa para trás os movimentos primitivos e agora apresenta, de forma clássica, uma outra relação social, mais equilibrada. Sua respiração é outra, seu olhar idem. A canção quebra; sai do tom radical e passa a colaborar, com seus acordes, nos movimentos leves que agora se destacam.

Zé Geraldo 

É no dia-a-dia, nas coisas mais simples que estão contidos os maiores milagres. Sobre essas coisas que passam a todo momento na nossa frente e que nem nos damos conta, é que o ator faz o seu trabalho social, levando para o espectador uma reflexão do seu próprio cotidiano. Fazendo com que este se torne poético e passível de uma admiração como se fosse uma obra de arte.

João Mandarino 

João Mandarino

Depois adicionarei outras fotos já referentes ao novo trabalho. Abraços!

Falando do ator. Falar do João Mandarino.

Ele ficou com a responsabilidade de levar adiante essa proposta ainda um pouco obscura. Mas ele está muito disposto a criar caminhos para poder ver melhor e avançar.
O cara tem 21 anos, estuda na CAL (está se formando agora no final do ano) e tem uma vitalidade corporal sem igual.
Um dos pontos legais no João, é que ele cuida da saúde, se alimenta de maneira inteligente, faz balé...
Acho legal salientar essas características porque, ao procurar um ator para fazer parte desse projeto, busquei trazer uma pessoa que fosse, para mim, um exemplo a ser seguido; considerando que é possível ser tudo isso e ao mesmo tempo ser feliz.
E o João está querendo ser feliz. Isso fica claro na cara dele quando as sessões de trabalho começam. Ele executa as ações corporais com vontade, como se estivesse querendo mostrar para todos, querendo dizer que está a fim de ser o melhor, de aparecer (que sempre será uma característica do bom artista), com humildade, é claro.
Por isso, está sendo muito legal trabalhar com ele e quero registrar isso aqui.
Tomara que ele continue buscando entender os meus devaneio, porque nem tudo conseguirei explanar em palavras; e olha que eu gosto de falar (ele já deve ter percebido isso).
Hoje, depois de nossa conversa pelo telefone, pude perceber que uma grande ficha caiu dentro da sua mente. Nosso próximo encontro luminoso, na terça (14), vai ser bastante produtivo.
Vamos lá, João!
E que, como você mesmo falou, Deus nos ajude!
Zé Geraldo

Início

Estamos dando início as postagens no blog sobre o nosso processo de criação.
Postaremos textos, fotos, videos e relatos de experiências ao longo do nosso
trabalho. Qualquer tipo de crítica será bem vinda e seja o que Deus quiser.
Abraços!